Há quase 25 anos, os brasileiros acompanharam a agonia do presidente eleito Tancredo Neves, que morreu no dia 21 de abril de 1985 depois de passar por sete cirurgias e tomar dezenas de antibióticos. Ele foi vítima de infecção hospitalar.
A partir da morte de Tancredo os hospitais brasileiros passaram a adotar medidas mais rígidas para o controle da infecção hospitalar, apesar de o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde ser de 1982. Mas o controle está longe de ser eficiente.
É o que demonstra a situação em que se encontra o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). Em um ano, 88 pacientes teriam morrido vítimas de infecção hospitalar, o que levou a Secretaria de Saúde do Estado a suspender as internações na unidade no início da semana passada. Na sexta-feira, 12, a secretária de Saúde, Irani Ribeiro, anunciou a retomada das internações na unidade alegando que o hospital está apto a receber pacientes. O Huapa passou por um processo de desinfecção que não excluiu nem as luminárias.
Nos hospitais brasileiros, a taxa de infecção hospitalar é de 9%, segundo Panorama do Controle da Infecção Hospitalar no Brasil, elaborado pela Anvisa. De 100 pessoas internadas, nove apresentam algum tipo de infecção contraída no hospital. No Huapa, foi anunciado que a incidência chegou a 88,23%, em abril do ano passado.